sábado, 18 de janeiro de 2014

Castelos Infláveis

Escrito por Gladson Júnior

Chegamos ao Norte! Quanta estrada… Depois de diversas viagens com o grupo pegamos uma que parecia não ter fim. Massa realizar uma coisa que há muito tempo é planejada  e discutida, e viver o acontecimento é sempre uma sensação boa. Chegando em Castanhal – PA, tínhamos uma única certeza: “Temos que apresentar de qualquer jeito!” Esse sentimento ficou conosco desde a interrupção da apresentação em Taquaruçu – TO devido à forte chuva que caiu durante a apresentação. Com essa certeza em mente descarregamos o material mas, tendo sempre em mente que o fantasma da chuva estará presente durante toda a turnê.
Vale dizer que o dia foi o mais desgastante de todos, até agora. Saímos cedo de Belém e percorremos cerca de duas horas de estrada até a cidade de Castanhal. Aparentemente uma cidade grande. Não senti que chegava em uma cidade de interior. A sensação era a de que se tratava de uma cidade com muito comércio e uma população grande. Confesso que não tive interesse em ir atrás dessas respostas e tentar entender se o que imaginava era realmente dessa forma. Iniciamos o descarregamento e logo o material estava todo acumulado em nossa frente e ainda era manhã. O sol castigava cruelmente. Tivemos um momento tenso e natural de viagem. Uma pequena reunião para definir se realmente faríamos naquela praça ou tentaríamos um plano B num espaço coberto.
Reunião finalizada decisão tomada. Apostamos na praça e desenvolvemos um esquema mais eficiente de desmontagem em caso de chuva. Confesso aqui que fiquei aliviado em saber que faríamos naquela praça que me despertou bastante curiosidade. A praça tinha uma área muito ampla e vários tipos de comércio em seu entorno: lojas, bares, restaurantes de todos os tipos, além de diversas lonas que cobriam peças amontoadas o que para gente seriam diversos pula- pula para crianças que são tão comuns em todas as regiões.
A essa altura o material estava conferido da chuva anterior e os reparos necessários já haviam sido feitos. O cenário montado faltando apenas os detalhes mais sutis de adereços e figurinos. Com o trabalho adiantado demo-nos o luxo de descansar um pouco. Fui até uma sala que havia sido preparada para servir de camarim pra gente e deitei ao chão. Aos poucos as pessoas foram entrando e se amontoando em busca de um espaço de descanso merecido. Além dos que descansavam ou tentavam, alguns trabalhavam já que sempre tem algo a ser feito.

Com alguma luta ainda consegui alguns minutos de sono bem vindo. Saio e encontro Artur, Felipe e algumas outras pessoas sentadas no gramado da praça. Senti o lugar bastante agradável. Me integrei a eles e ficamos por horas, tomando sorvete, conversando descontraidamente, fotografando transeuntes... foi massa. A hora de finalização e preparação chegou. Finalizamos os últimos detalhes e mais uma vez, maquiagem, alongamento, repertório passado estamos prontos para brincadeira. Praça cheia com muitas crianças. Foi mais uma vez mágico. A fantasia do teatro se espalhou por aquela praça cheia de castelos infláveis, que nesse momento pareciam esvaziados. 

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