Escrito por Gladson Júnior
Chegamos ao Norte! Quanta
estrada… Depois de diversas viagens com o grupo pegamos uma que parecia não ter
fim. Massa realizar uma coisa que há
muito tempo é planejada e discutida, e
viver o acontecimento é sempre uma sensação boa. Chegando em Castanhal – PA,
tínhamos uma única certeza: “Temos que apresentar de qualquer jeito!” Esse
sentimento ficou conosco desde a interrupção da apresentação em Taquaruçu – TO
devido à forte chuva que caiu durante a apresentação. Com essa certeza em mente
descarregamos o material mas, tendo sempre em mente que o fantasma da chuva
estará presente durante toda a turnê.
Vale dizer que o dia foi o mais
desgastante de todos, até agora. Saímos cedo de Belém e percorremos cerca de
duas horas de estrada até a cidade de Castanhal. Aparentemente uma cidade
grande. Não senti que chegava em uma cidade de interior. A sensação era a de
que se tratava de uma cidade com muito comércio e uma população grande.
Confesso que não tive interesse em ir atrás dessas respostas e tentar entender
se o que imaginava era realmente dessa forma. Iniciamos o descarregamento e
logo o material estava todo acumulado em nossa frente e ainda era manhã. O sol
castigava cruelmente. Tivemos um momento tenso e natural de viagem. Uma pequena
reunião para definir se realmente faríamos naquela praça ou tentaríamos um
plano B num espaço coberto.
Reunião finalizada decisão
tomada. Apostamos na praça e desenvolvemos um esquema mais eficiente de
desmontagem em caso de chuva. Confesso aqui que fiquei aliviado em saber que
faríamos naquela praça que me despertou bastante curiosidade. A praça tinha uma
área muito ampla e vários tipos de comércio em seu entorno: lojas, bares,
restaurantes de todos os tipos, além de diversas lonas que cobriam peças
amontoadas o que para gente seriam diversos pula- pula para crianças que são
tão comuns em todas as regiões.
A essa altura o material estava
conferido da chuva anterior e os reparos necessários já haviam sido feitos. O
cenário montado faltando apenas os detalhes mais sutis de adereços e figurinos.
Com o trabalho adiantado demo-nos o luxo de descansar um pouco. Fui até uma
sala que havia sido preparada para servir de camarim pra gente e deitei ao
chão. Aos poucos as pessoas foram entrando e se amontoando em busca de um
espaço de descanso merecido. Além dos que descansavam ou tentavam, alguns
trabalhavam já que sempre tem algo a ser feito.
Com alguma luta ainda consegui
alguns minutos de sono bem vindo. Saio e encontro Artur, Felipe e algumas
outras pessoas sentadas no gramado da praça. Senti o lugar bastante agradável.
Me integrei a eles e ficamos por horas, tomando sorvete, conversando
descontraidamente, fotografando transeuntes... foi massa. A hora de finalização
e preparação chegou. Finalizamos os últimos detalhes e mais uma vez, maquiagem,
alongamento, repertório passado estamos prontos para brincadeira. Praça cheia
com muitas crianças. Foi mais uma vez mágico. A fantasia do teatro se espalhou
por aquela praça cheia de castelos infláveis, que nesse momento pareciam
esvaziados.
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