Escrito
por Isadora
A
tão esperada viagem pelo norte começou com tudo!
No
domingo, 12 de janeiro, chegamos à mística Taquaruçu, situada na região serrana
do estado do Tocantins. Turistas e aventureiros de diversos lugares são
atraídos por suas belezas naturais. E
que belezas! Nesse primeiro dia de reconhecimento do local da oficina e da
apresentação, fomos apresentados à
primeira cachoeira da viagem, a Lajeiro. Uma pequena amostra do que nos
aguardava mais adiante.
Na
manhã do dia seguinte, dia de oficina, esperamos os inscritos por quase uma
hora. Esperamos, esperamos... e nada. A ausência geral deve ter ocorrido por
causa da distância entre a capital e o distrito. Mas para nossa supresa, cerca
de 15 crianças pinotando para lá e para cá no Ponto de Cultura Canto das Artes foram se aproximando cada vez
mais. Resolvemos fazer uma atividade/brincadeira conjunta entre adultos e
crianças. Foi inusitado e muito divertido apresentar os exercícios teatrais que
realizamos em sala de ensaio, adaptados para o universo infantil. Uma manhã
para afrouxar o riso e como diria o artesão, flautista, poeta e amigo Rezende: meninamos pra valer! Nos abraços
recebidos ao fim da oficina, sentimos toda a gratidão e carinho daqueles
pequenos. E mais: vontade de ver teatro.
À
tarde, seguimos pela trilha que dá
acesso à mais duas conhecidas cachoeiras. No caminho, nos deparamos com uma
rica biodiversidade de palmeiras, bromélias, cipós, e um bando de
macacos pregos que faziam a batida do seu alimento ecoar mata adentro. De
súbito, a força e a beleza da natureza se abriu diante dos nossos olhos:
chegamos às cachoeiras Escorrega Macaco e Roncadeira, com seus 50 e 70 metros
de queda d’água, respectivamente. Que delícia é a sensação de liberdade e
integração com as forças das águas. Com a alma mais leve e renovada, ao final
da tarde retornamos a Palmas para descansar.
14
de janeiro: dia da apresentação. Oba! Começamos a montagem do nosso pequeno
teatro ao ar livre após o almoço. Durante a passagem de som, muitos transeuntes
curiosos por aquele movimento vinham conversar com a gente e garantir presença
para logo mais. Estávamos todos muito animados para retribuir um pouco do que
recebemos nesses dias.
A
noite veio chegando e trazendo consigo uma lua formosa e resplandecente. Raios
e relâmpagos que faziam festa no céu compunham a paisagem celeste. Divinal
estava a noite! Adentramos a arena com o anfiteatro lotada e toda a gente
receptiva. Nos sentimos tão acolhidos que era praticamente unânime entre o
grupo que aquela seria a nossa melhor apresentação, com jogo acontecendo entre
atores e plateia. Até que... uma ventania começa a tomar conta de todo o
espaço. Banners voando, cenário estremecendo, figurino dançando aleatoriamente,
guarda chuvas se abrindo... Não custou nem 2 minutos para que uma chuva
torrencial tomasse conta de tudo e banhasse todos. Tudo muito rápido. Algumas
pessoas da plateia nos ajudaram segurando as poucas e insuficientes lonas que
havíamos trazido. Conseguimos proteger apenas nosso material de som e de luz.
De resto: figurinos, cenários e tudo o mais ficou extremamente encharcado. Nos
olhávamos sem acreditar no que acontecia ao nosso redor. Era muita água e muito
vento. Uma ou duas horas depois é que começamos a nos restabelecer de todo o temporal,
amuados por não ter conseguido apresentar naquele lugar tão incrível. Por outro
lado, fica a vontade de um novo encontro, de ir no Jalapão, de conhecer a Dona
Romana e ouvir sua missão, de ir até a tribo dos Krahôs, e claro, de voltar
trazendo na bagagem teatro.
Sou só gratidão!
Salve,
Taquaruçu!
Wamaramõ!*
Agora
vamos de Pará, nossa próxima parada.
*Até mais, diriam os Krahôs.
*Até mais, diriam os Krahôs.
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