Cruzamos a fronteira Nordeste / Sudeste e, após quase doze horas de viagem, chegamos a Januária, cidade do norte de Minas Gerais. Era noite e a praça central estava entupida de gente. Nosso outdoor ambulante (o ônibus todo envelopado) chama muita atenção por onde passa e literalmente anuncia a chegada da trupe. Difícil mesmo é circular pela cidade e conseguir fazer curvas em ruas tão estreitas.
A pequena e bela cidade ribeirinha é conhecida por abrigar o mais famoso Carnaval da região. Com belos casarões históricos, o turismo é a principal fonte de renda da cidade. O hotel que ficamos... ahhh, que delicia de hotel! Aconchegante e aprazível, o Viva Maria tem tudo que o grupo precisava para se recuperar do cansaço: cama boa, banho bom, piscina gostosa, uma bela sacada com vista para o Velho Chico, e uma deliciosa comida mineira que deixou todo mundo com água na boca.
Na manhã seguinte, após um delicioso e merecido banho de piscina para relaxar, começamos os trabalhos. Primeiro dia de oficina na Casa da Memória para 20 alunos atentos e interessados e um gurizinho de 12 anos, Bruno, que virou o xodó do grupo. Bruno é um prodígio, com todos os ingredientes para se transformar em um artista excepcional: curiosidade, talento e paixão! Nossa vontade era de botar o pequeno no ônibus e levá-lo com a gente.
Como a maioria das cidades não tem jornais locais, nossa divulgação é feita através de carro de som, material gráfico, panfletagem e muitas rádios. Entrevistas e mais entrevistas, algumas de até uma hora de duração em praticamente todas as rádios das cidades - FM, AM e comunitárias. As matérias de TV também têm sido freqüentes. Desde Bom Jesus da Lapa temos tido belas matérias de divulgação e de cobertura sobre a peça e sobre a turnê. Infelizmente, a maioria delas não fica disponível na internet. Já conseguimos postar aqui as matérias da TV Norte. A cobertura da impressa ajuda muito nosso trabalho e o resultado se transforma em público.
É gente com força! Tinha tanta gente naquela praça na noite da apresentação que poderíamos fazer três apresentações e ainda não dar conta de todo aquele povo. A Praça Tiradentes é uma praça recém inaugurada. Foi entregue há algumas semanas pelo oitavo prefeito que Januária tem apenas nos últimos quatro anos, um ex-engraxate que compareceu a peça. É uma belíssima praça no coração da cidade, toda pavimentada, iluminada e cuidada. Uma tristeza mesmo é a concha acústica da praça. Um bonito monumento, com palco amplo, estrutura de camarim e tudo mais, mas com uma enorme coluna central que inviabiliza qualquer apresentação artística. A mesma velha e recorrente história no nosso país: obras belas esteticamente, porém sem qualquer funcionalidade artística. E lá se vão dinheiro e esforço à toa. Triste!
Para nós, no entanto, que carregamos nosso próprio palco, a concha não atrapalhou em nada, e fizemos uma bela apresentação para mais de 1.000 pessoas. Ao contrário do que vem acontecendo nas outras cidades, percebemos que o publico perdeu várias piadas da peça, apesar da apresentação ter sido tecnicamente precisa. No debate, que acontece logo após o espetáculo, entendendo por que. Ao cruzarmos a fronteira, nos tornamos o grupo “nordestino”. O sotaque carregado dos atores e o vocabulário da peça fazem o público perder alguns trechos da peça. Vamos ter que articular muito bem as palavras e aliviar no sotaque para facilitar a compreensão do texto daqui pra frente. Afinal, essa foi apenas a estréia do SerTão no sudeste do Brasil!
Bate papo com a platéia...
Nossaaa....Amei tudooo...principalmente a Oficina, espero que tenham gostado de nossa turminha de Januária. Espero poder vê-los em outras oportunidades...
ResponderExcluirJá estou com saudades de todos, mas em especial da Maisa, do Tardelle e da Christina, adquiri bastante conhecimento para mim, vai me ajudar a engrandecer mais ainda, espero poder em breve estar colocando tudo em prática novamente.
A peça foi um show...estão de Parabéns...
Um forte abraço a todos...Aguardo email ok..beijinhos..