segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O norte da gente

O grão de tão pequeno
ser tão grande, o que a gente é
Ter esse destino de pessoa que sonhou
Beto Guedes

Escrito por Polly Barros

Chegamos! Muita estrada, lugares distintos, o cenário mudou e mudou algumas vezes – dentro e fora do ônibus. Afinal de contas, foram mais de 30 horas da Paraíba ao Tocantins! Sono, samba, conversas triviais, sonhos compartilhados, risos e sempre o bom-humor da nossa dama-mor, Cida Costa. Tudo novo de novo, o ano, os nossos anseios, a nossa vontade de levar teatro pra todos os cantos desse Brasilzão! Ao iniciar a escrita, ao pé da janela do ônibus, já seguindo pra Palmas, vejo que a luz do sol ora entra e ora se esconde por entre as árvores, cada vez mais frondosas. A paisagem vai ganhando corpo – e a turnê também! Fechamos a primeira cidade, Gurupi, e a receptividade do público foi como faísca pro pavio acender. Estamos finalmente começando essa jornada tão significativa pro grupo, conseguindo adentrar numa região tão especial e até então desconhecida para a maioria dos integrantes. Nossa primeira apresentação dessa turnê ficou marcada pra acontecer na área externa do Centro Cultural Mauro Cunha. Providenciais toldos faziam parte do espaço, porque a tão falada e temida chuva do Norte chegou já no primeiro dia de apresentação. E chegou junto, temporal daqueles com direito a relâmpago e pequenas ondas formadas no meio-fio quando os carros passam. Tudo estava montado debaixo dos toldos, o que não significou um total alívio pra equipe já que São Pedro caprichou no volume de água num curto espaço de tempo! Algum corre-corre pra elevar os materiais mais sensíveis foi necessário. Passada a chuva, fomos nos concentrar pros preparativos finais: maquiagem, figurino, passagem do repertório... ops! cadê a escaleta? É, parece que ela não quis nos acompanhar na turnê... O músico Fabiano teve que correr no hotel pra pegar a (também) providencial sanfona de Isadora. Que ideia magnífica de trazê-la, amiga! E fomos pra cena! Aquecidos, animados, orgulhosos, com muita vontade de fazer bonito praquele público. A apresentação não foi irrepreensível, algumas falhas técnicas ocorreram, como o meu sapato que voou rasante no prólogo, a novata (sanfona) em cena, etc. Mas, nada que pudesse ofuscar o conjunto da obra! O espetáculo foi vivo, com muita energia! E como já frisei, o público nos acolheu com muito carinho. Nunca fomos tão fotografados!! É bonito ver tanta gente feliz por ter participado de uma experiência coletiva de encantamento! Só podemos agradecer, agradecer, agradecer! Esse espaço que vai dos nossos corpos até os corpos dos que assistem comporta muito amor e respeito! Que felicidade, que revolucionário é compartilhar!
Vamo pra frente que atrás vem gente!


Um comentário:

  1. A apresentação de vocês aqui em Gurupi foi MARAVILHOSA! Estávamos carentes de tão bela cultura. Beijos a todos e espero que voltem qualquer dia ok?

    Lizete

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