segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Bolishopping

Escrito por Thardelly Lima

Plácido de Castro é um município que fica localizado no leste do Acre, a uma distância de 100 km da capital, Rio Branco. Estacionamos ao lado da quadra, local da apresentação, onde já tinham vários curiosos e muita gente à disposição já limpando a quadra e trazendo as cadeiras. Por conta de uma possível chuva, foram armadas duas tendas enormes para garantir a noite tão esperada em Plácido, uma vez que foi adiada, por conta do atraso do cenário vindo de Manaus! Montamos o cenário em 45 minutos, praticidade já é nosso forte, afinal, era a 9ª apresentação no Norte e ao todo 89 pelo Brasil. Lembrei-me da primeira montagem desse mesmo cenário que levou nada menos que 7 horas, muitas marteladas e furadeira para todo lado! Ao finalizarmos a estrutura, Galego, Rafael e eu estranhamos um silêncio na praça, um vazio, uma tranquilidade... Cadê todo mundo? Quando olho pra esquina, lá vinha a galera com sacola pendurada nas “urêa” e um sorriso só! Ahhhh, estavam no “Bolishopping”! Isso mesmo, nas compras! Torrando uns “Bolivas”, pois a cidade faz fronteira com a Bolívia, basta caminhar alguns metros, cruzar a ponte do “Porto Evo Morales", e pronto (sem nenhuma fiscalização, se quiser fugir do país, lá é o canal)! Foi mochila nova pra todo lado, algumas garrafas etílicas, bola de futebol (elemento que serviu nesse dia para um aquecimento mais descontraído) e até desodorante entrou nas compras! Menino, era três Dove por 15 contos, uma bagatela! Tudo pronto para a última apresentação no Acre e tivemos a felicidade de sermos agraciados com a plateia mais heterogênea que já tivemos até hoje: além dos placidianos, tínhamos bolivianos e tribos indígenas de diversas etnias, prestigiando nossa Flor! E para encerrar nossa noite, após uma banho improvisado no SESC, uma vez que de lá já seguiríamos viagem para Porto Velho (RO), comboiamos para uma churrascaria a convite do prefeito da cidade e lembramos das primeiras trupes, dos mambembes, que se apresentavam nos vilarejos e castelos em troca de comida e uma estalagem rápida! Embora, todos com suas devidas diárias para alimentação, esse nobre gesto veio a calhar bem demais, tinha gente que deixou toda a renda no famoso Bolishopping! Gastei 940 bolivianos! Foi uma experiência e tanto ver como nosso espetáculo chega nessas pessoas, um público com as reações mais inusitadas e diversificadas!

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